Sindicato irá receber evento em homenagem a trabalhador assassinado nos anos 70
Por: Sandro Silva (Assessoria de Imprensa Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba)
Publicação: 24/10/2019
Fonte: Moacyr Pinto (Comitê Santos Dias)
No próximo sábado, 26 de outubro, acontecerá na sede do Sindicato, das 14 às 18 horas, o Ato em memória dos mártires, homenageando o operário Santos Dias, assassinado por um PM na portaria da empresa Sylvânia no dia 30/10/1979, quando tentava impedir a prisão de um companheiro grevista. O evento é organizado pelo Comitê Santos Dias e irá homenagear também outros mártires que lutaram pela democracia como Vladimir Herzog, Chico Mendes, Marielle Franco, entre outros.
O COMITÊ SANTO DIAS foi criado por familiares, amigos e companheiros do operário, logo após a sua morte, para continuar a sua luta. Sem estar vinculada especificamente a qualquer religião ou partido, a atividade será aberta à participação de todos e todas que queiram AGIR E TRILHAR o caminho da união, em defesa da democracia, pela vida e pela paz, com justiça e igualdade social.
SANTO DIAS – Vida ceifada
Migrante rural-urbano paulista, nascido em 1942, Santo Dias da Silva, pertencia a uma das muitas famílias sem-terra que foram viver como operários na periferia da capital. Católico fervoroso e com alguma experiência de luta no campo, cresceu em sua militância e clareza política na Pastoral Operária, depois na Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo, na difícil conjuntura da ditadura (1964-85). Foi assassinado a tiros, por um PM, em 30/10/79, na portaria da fábrica Sylvânia, tentando intervir para que a polícia não levasse preso um companheiro grevista.
SER FILHA DE SANTO DIAS NÃO FOI TAREFA FÁCIL
Luciana atribui à força da mãe, Ana Dias, que com 36 anos perdeu o companheiro e amor de sua vida, mas reagiu desde o primeiro momento, invadindo o carro da polícia que ia levar o corpo para o IML, para não deixar que dessem sumiço nele, o núcleo da força que nutre até hoje a sua luta. A fé e o apoio recebido dos amigos e companheiros, e principalmente de D. Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo de São Paulo, foram essenciais, para alguém que diz que nunca sentiu ódio ou desejo de vingança, apenas de justiça, por saber que o policial que matou seu pai foi apenas o agente de um Estado atrelado às classes dominantes.
O evento é aberto a toda a população e a entrada é gratuita. O endereço da sede do Sindicato é Avenida São José, 488, Jardim Bela Vista (próximo à Rodoviária Velha).